sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

O Céu de Suely


Hermila (Hermila Guedes da série global Força Tarefa) volta para a sua cidade natal, no interior do Ceará, após uma tentativa frustrada de conseguir emprego em São Paulo. Quando percebe que foi abandonada pelo marido com um filho pequeno, Hermila resolve ir embora para outra cidade grande e para ganhar dinheiro ela rifa seu corpo, com o codinome de Suely. A rifa se torna um grande sucesso e causa grande polêmica com o povo da cidade e com sua família. Além disso, Suely tenta se acertar com um ex-namorado da adolescência, João (João Miguel de Estômago).

História muito sensível sobre a desilusão de uma jovem garota, que quer ser mais, sonha mais alto e resolve tomar uma atitude para tentar mudar de vida. O longa é um pouco parado, mas se você tiver paciência, encontrará uma bela mensagem. Os personagens têm o mesmo nome dos atores, que dão um show de interpretação.

Dirigido pelo diretor cearense Karim Ainouz, que tem no currículo Madame Satã e Cidade Baixa entre outros, o longa tem fotografia e cenas belíssimas, ganhou vários prêmios nacionais e participou de festivais internacionais importantes como o de Veneza.

O Céu de Suely é um filme pequeno e poético.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Bastardos Inglórios (Inglorious Basterds)


Durante a ocupação nazista, na Segunda Guerra Mundial, surge um grupo de soldados americanos judeus, intitulados de “bastardos”, liderados pelo Tenente Aldo Raine (Brad Pitt) com uma única missão: matar brutalmente e escalpar nazistas.

Bastardos Inglórios é um longa daqueles que quando acaba, você já sente saudades. A história é eletrizante, as falas maravilhosamente escritas (nenhuma novidade quando falamos de Tarantino) e a premissa não podia ser melhor. Todos os atores estão brilhantes, mas o grande destaque fica com o ator austríaco desconhecido Christoph Waltz, que faz o vilão coronel alemão Hans Landa. Cada cena sua é puro deleite para os olhos e ouvido, seu personagem consegue ser cínico, sombrio e engraçado, tudo em uma mesma cena. Repare como cada pausa que faz entre as suas falas, aumenta o nível da tensão. Waltz ganhou praticamente todos os prêmios, aos quais concorreu, inclusive o Oscar de ator coadjuvante.

Estamos falando de Quentin Tarantino (Kill Bill Vol. 1 e 2), o diretor e roteirista que mudou definitivamente o jeito de fazer cinema em 1994 com seu primeiro filme Pulp Fiction – Tempo de Violência e de bônus ainda ressuscitou a carreira do sempre amado John Travolta. A violência brutal, os diálogos inteligentes, a trilha sonora apaixonante, a edição primorosa, tudo está presente em Bastardos. É Tarantino em estado puro e nada pode ser melhor que isso. E pensar que o cara era balconista de locadora de filmes cinco anos antes de fazer sua estréia como diretor.

Assista sem receio e sem culpa, afinal de contas como não sentir uma ponta de prazer quando vemos soldados judeus, fazendo justiça com as próprias mãos e acabando com os nazistas?

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Cisne Negro (Black Swan)



Nina (Natalie Portman de Closer-Perto Demais) é a bailarina mais dedicada de uma companhia de balé em Nova York. Quando o diretor artístico, Thomas Leroy (Vicent Cassel de À Deriva), decide substituir a bailarina principal, Beth (Wynona Ryder de Garota, Interrompida), para uma nova peça, Lago dos Cisnes, Nina é a escolha perfeita para interpretar o cisne branco, o problema é que ela vai ter que fazer também o cisne negro, papel que encaixa perfeito na nova dançarina, Lily (Mila Kunis da série That’70s Show), que começa a disputar com Nina. Passando por um diretor cruel, uma concorrente inescrupulosa e uma mãe controladora, Erika (Barbara Hershey de Um Dia de Fúria), Nina terá que provar que pode fazer os dois papéis ao mesmo tempo em que descobre o seu lado mais sombrio.

Pausa. Esse filme definitivamente precisa de uma pausa para respirar. Não sabemos o que é real na história, que é confusa e encantadora, mas isso não nos desanima e sim estimula a procurar respostas em cada segundo de cena, em cada imagem, propositalmente nebulosa. É tudo tão belo, o figurino, a música, tudo misturado com um tom sombrio.

Natalie Portman está perfeita, o Oscar desse ano de melhor atriz já é dela. Sua atuação é magnífica, seus gestos na dança transmitem uma precisão que impressiona, é o papel da sua vida. Destaque também para Mila Kunis, que mais que merecido ganhou o papel que vai catapultar sua carreira.

O diretor Darren Aronofsky (de Réquiem Para um Sonho e O Lutador, entre outros) sempre foi fascinado por fazer filmes, estudou cinema em Harvard e na época ganhou vários prêmios por seus curtas. Seus filmes sempre são alucinógenos. Repare como ele usa o close repetidamente em cenas que nos faz entrar em transe.

Filme obrigatório. Belo, poético, obsessivo, doentio, sufocante, sensual, BRAVO!


terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Distrito 9 (District 9)


Em março de 82, uma grande nave alienígena paira sobre Johanesburgo, na África do Sul. Em vez de ataques contra a humanidade o que se encontra dentro da nave são vários alienígenas doentes com um único desejo: voltar para casa.

O ano agora é 2010 e sem conseguir tirar nenhuma vantagem tecnológica dos alienígenas, os “camarões” (como são chamados os Ets pelos locais) são colocados em um campo de refugiados chamado Distrito 9 e vivem enclausurados  em situações miseráveis, como uma grande favela, odiados pela população local e em conflito direto com os humanos. O governo resolve contratar a empresa MNU para realocar os ETs para uma área mais distante chamada distrito 10. O chefe dessa operação Wikus Van der Merwe (Sharlto Copley de Esquadrão Classe A) é exposto a uma química extraterrestre que acaba mudando seu DNA e ele se vê perseguido por aqueles que comandava.

Esse foi o filme mais impactante de 2010, nada como ele foi pensado alguma vez na história. Ele parece ser um mix de documentário com ficção científica e nos faz pensar em uma possibilidade que pode ser real. O paralelo que faz com o fato de se passar na África do Sul, palco do apartheid (regime de segregação racial adotado durante quase  50 anos , onde os negros tinham seus direitos comandados por uma minoria branca) mostra o quanto a idéia da obra é genial. Os efeitos especiais são impressionantes, os aliens são praticamente tocáveis (tipo os dinossauros do Jurassic Park), é tudo muito perfeito.

O jovem diretor e co-roteirista sul-africano Neil Blomkamp, mostra uma maturidade incrível e é a nova promessa por trás das câmeras. Vale lembrar que a produção é feita pelo tão quanto gênio Peter Jackson (diretor da trilogia Senhor dos Anéis). O longa concorreu a 4 Oscars em 2010: melhor filme, edição, roteiro e efeito visual. Uma pena que por causa da mente fechada dos membros da academia não ganhou nenhum, mas só por ter sido indicado na categoria mais importante, já é um avanço de lucidez dos jurados.

Aprecie essa obra-prima e reflita, que em nossa sociedade atual onde qualquer tipo de preconceito é altamente condenável, você fosse capaz de levar esses valores adiantes ou mudaria sua perspectiva pelo fato que deixamos de falar de seres desse planeta.


segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A Ressaca (Hot Tub Time Machine)


Três amigos, Adam (John Cusack de 1408), Nick (Craig Robinson de Segurando as Pontas) e Lou (Rob Corddry de Jogo de Amor em Las Vegas), que estão decepcionados com a vida, vão viajar para uma antiga estação de esqui onde costumavam ir quando jovens. Levam com eles Jacob (Clark Duke de Kick Ass - Quebrando Tudo) que é sobrinho de Adam.

No mesmo quarto do hotel onde se hospedavam ainda está a banheira de hidromassagem onde costumavam curtir e beber todas. Quando resolvem entrar na banheira e tomar o maior porre, acordam no dia seguinte no ano de 1986, exatamente no dia que foi crucial para cada um deles. Para voltarem no ano atual precisam agir da mesma maneira que fizeram naquela noite.

Com essa sinopse bizarra, A Ressaca parece ser uma homenagem aos filmes dos anos 80, Porky’s e Os Nerds Contra Atacam. Tudo é bem parecido, até o tipo de filmagem. Tudo bem que são filmes péssimos, mas faz parte das nossa infância ou adolescência e de tão ridículo se tornam cult.

O diretor é Steve Pink que retorna a parceria com Jonh Cusack, ele dirigiu Alta Fidelidade e Matador em Conflito, ambos com o ator, entre outros.

Sessão da tarde e vergonha alheia são as palavras que melhor definem essa comédia fraca.

domingo, 9 de janeiro de 2011

O Segredo dos Seus Olhos (El Secreto de Sus Ojos)



Oficial de justiça aposentado, Benjamin Esposito (Ricardo Darín de O Filho da Noiva) está escrevendo um livro. A história vem de uma experiência que teve muitos anos atrás quando investigou um caso de estupro e assassinato de uma bela jovem. Esse acontecimento trágico marcou muito Benjamin, que prometeu para o marido da vítima, Ricardo Morales (Pablo Rago), ajudar no que for preciso para achar o culpado. Esposito também teve a ajuda de seu grande amigo Pablo Sandoval (Guillermo Francella) e de sua chefe na época, Irene (Soledad Villamil) por quem sempre foi apaixonado.

Esse suspense argentino, grandiosamente escrito, é muito mais que um thriller policial, é em primeiro lugar uma história sobre o amor e a capacidade de expressarmos todos nossos sentimentos pela janela da alma, nossos olhos. Um longa magnífico com todos os atores, sem exceção, fantásticos e que ganhou mais que merecido o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro de 2010.

Co-escrito e dirigido por Juan José Campanella, que também dirigiu O Filho da Noiva e Clube da Lua, que é um cineasta muito sensível, aqui ele filma uma das seqüências mais extraordinárias do cinema sem corte nenhum, a cena no estádio de futebol.

Os olhos que falam, que delatam, que sofrem, merecem estar voltados para essa grande obra cinematográfica.

sábado, 8 de janeiro de 2011

Karate Kid (The Karate Kid 2010)



Sherry Parker (Taraji P. Henson de O Curioso Caso de Benjamin Button) é uma mão solteira que se muda dos Estados Unidos para a China com seu filho Dre (Jaden Smith de À Procura da Felicidade) para trabalhar. Dre, que era um garoto popular em sua cidade, encontra uma realidade dura na China, além se sofrer de bullying pelos colegas da escola, ele se apaixona por uma amiga do colégio, mas a diferença cultural atrapalha a amizade. Totalmente perdido, Dre encontra no Sr. Han (Jackie Chan de A Hora do Rush), o zelador de seu prédio e ex mestre de Kung–Fu, um grande amigo que ensina a arte da luta para ele, além de ensinamentos sobre a vida.

Amei esse filme, estava super receosa e não me arrependi. A história já é mais que conhecida, afinal é um remake do original de 1984, mas os atores dão um toque especial. Jaden, que é filho de Will Smith, prova que tem o carisma do pai e talento de sobra. Jackie Chan, que é mestre de artes marciais, mostra mais uma vez que suas cenas de luta e treinos são insuperáveis.

O longa é dirigido por Harald Zwart que tem no seu currículo filmes como A Pantera Cor de Rosa 2.

Por mais que seja feito para o público infantil, se trata de uma história de superação com lutas incríveis, ou seja, sensível e empolgante!