terça-feira, 12 de julho de 2011

Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)


Gil (Owen Wilson de Marley e Eu) é um roterista de Hollywood insatisfeito com a profissão, que está trabalhando em um romance. À passeio em Paris com sua noiva Inez (Rachel McAdams de Uma Manhã Gloriosa), uma mulher de personalidade duvidosa e infantil, Gil retoma a vontade  de morar na cidade luz. Uma certa noite, caminhando sozinho pelas ruas de Paris, Gil entra em um carro antigo e sua vida, certamente, não será a mesma.

Com certeza a comédia mais deliciosa do ano. Com um roteiro simples e muito divertido, é impossível não amar esse longa cheio de referências sobre as artes, a literatura e o cinema. Esse, definitivamente, é um dos filmes mais comerciais de Woody Allen, e digo isso na melhor das intenções. É muito bom saber que Woody ainda tem frescor e consegue se reinventar depois de tantos anos.

O elenco é impecável. Como não criar simpatia pelo humilde Gil, que Owen faz com tanto talento. Rachel MacAdam é deslumbrante em todas as cenas e adoro como ela consegue transitar entre as mocinhas e as vilãs com a mesma intensidade nos seus personagens. O filme ainda conta com Michael Sheen (de Frosty/ Nixon), Marion Cotillard (de A Origem) e  Adrien Brody (de O Pianista), entre outros.

Woody Allen (de Vicky Cristina Barcelona, Match Point - Ponto Final) escreve e dirige essa obra, que lembra um pouco o começo de sua carreira, com uma trama mais simples e menos pretensiosa. É incrível como ele filma Paris, cada cena é pura poesia.

Meia- Noite em Paris aproxima todo o tipo de público em um só e se tratando de Woody Allen, é uma façanha e tanto.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Lugar Qualquer ( Somewhere)


Johnny Marco ( Stephen Dorff de Inimigos Públicos) é um típico astro de Hollywood, que enfrenta uma crise existencial. Em meio ao vazio que é a sua vida, ele tem a oportunidade de passar alguns dias com sua única filha Cleo (Elle Fanning de O Curioso Caso de Benjamin Button), uma garota de onze anos, a quem não vê com frequência.

Esse longa ganhou no ano passado o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o prêmio máximo do festival, em meio à muita polêmica. A maioria dos críticos não concordaram com o júri oficial. Realmente concordo com os críticos, mas nem por isso deixa de ser um filme belíssimo.

O relacionamento pai-filha tem a profundidade certa e é tratado de forma tão natural e verdadeira que quase parece uma obra autobiográfica, afinal a diretora Sofia Coppola é filha do lendário diretor Francis Ford Coppola ( da trilogia O Poderoso Chefão) e conhece bem o que é ser filha de uma celebridade, no caso de Francis, um mito.

Stephen Dorff é um ator antigo, e apesar de já ter feito vários filmes, sua participação mais lembrada pelo público é no clipe clássico do Aerosmith, da música Crying (lembra dele com a Alicia Silverstone?). Esse é o melhor papel de sua carreira e ele faz perfeitamente, sem exageros. Elle Fanning, que é a irmã caçula da atriz Dakota Fanning (de Guerra dos Mundos) é uma surpresa à parte, com uma interpretação realista, ela é um dos protagonistas do ainda inédito no Brasil, Super-8, filme que está recebendo boas críticas de jornais e públicos americanos.

O filme é quase todo rodado no famoso Hotel Chateau Marmont localizado na Sunset Boulevard em Hollywood. O hotel sempre foi e é até hoje frequentado por vários artistas do cinema e da música, só para citar alguns: Keanu Reeves morou por vários anos em uma de suas suítes, James Dean, Jim Morrison do The Doors, Red Hot Chilli Peppers, Robert De Niro e muitos outros. A importância do hotel é tão grande que ele é, sem dúvida, o terceiro protagonista do longa. E para completar, a trilha sonora é a cereja do bolo, vale a pena incluir na sua playlist.

Escrito e dirigido por Sofia Coppola (de Encontros e Desencontros, Maria Antonieta), o longa impressiona pela capacidade que Sofia tem em contar histórias sem precisar de diálogos. A sua sensibilidade por trás das câmeras é rara, ela tem uma marca própria e escreveu a sua própria trajetória, apesar de ser filha de quem é.

Um Lugar qualquer  é uma obra simples, que nos faz entender a mágica do cinema em seus primórdios, imagens que valem mais que palavras.

terça-feira, 5 de julho de 2011

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class)


O filme conta a origem dos X-Men, focando na história de Charles Xavier (James McAvoy de O Último Rei da Escócia) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender de Bastardos Inglórios), que depois se tornariam Professor X e Magneto respectivamente. Além da formação da escola para jovens mutantes, a história foca a amizade de Charles e Erik e o que levou a separação dos dois.

Esse longa me fez ter certeza do que eu já duvidava: as histórias em quadrinhos dos heróis são tão interessantes e bem escritas, que a tarefa de passar para as tela grandes se torna um  caminho fácil para agradar o público. Até hoje não foi feita uma versão dos X-Men para os cinemas que tenha sido ruim. O que fascina nessa versão, é que vemos aqui uma obra muito mais dramática e política, do que um simples filme de ação e o espectador consegue criar simpatia pelos futuros vilões, por conhecer a sua origem.

O elenco conta com atores de primeiro escalão como o talentoso James McAvoy, a jovem desconhecida indicada ao Oscar de melhor atriz nesse ano  por Inverno da Alma, Jennifer Lawrence (que faz a Mística) e até o  grande ator, que na minha opnião, é o menos reconhecido por Hollywood, Kevin Bacon (de Sobre Meninos e Lobos) que interpreta o vilão Sebastian Shaw.

O diretor é o britânico Matthew Vaughn dos ótimo Kick Ass - Quebrando Tudo e Nem Tudo é o Que Parece (comentados aqui no blog anteriormente). Matthew passa muito bem a inquietude dos personagens em cada cena, com sequências de ação muito boas.

X-Men: Primeira Classe é um deleite para os fãs e para aqueles que ainda não são, uma chance de conquistá-los.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Harry & Sally - Feitos um Para o Outro (When Harry Met Sally)


Harry (Billy Crystal de Máfia no Divã) e Sally (Meg Ryan de Cidade dos Anjos) se encontram  quando ela lhe dá uma carona para Nova York após os dois se formarem na Universidade de Chicago. Os anos se passam e eles se encontram várias outras vezes dividindo suas frustrações com a vida afetiva e tornando-se grandes amigos. 

Já nos dois primeiros minutos do filme conseguimos prever o final, mas não é o caso de ele ser uma cópia de tantos outros longas parecidos. As comédias de hoje é que se baseiam o tempo todo nele, afinal esse é  um dos maiores clássicos das comédias românticas de todos os tempos. Com diálogos rápidos, inteligentes e a cena de orgasmo mais famosa do cinema feita por Meg Ryan, não há dúvidas quanto a importância do longa. O elenco é  maravihoso, foi essa obra que deu o título à Meg de queridinha da América e catapultou Billy como o maior comediante de Hollywood. Temos ainda Carrie Fisher (a princesa Lea de Star Wars) e Bruno Kirby (de O Poderoso Chefão II) como bons coadjuvantes interpretando os  melhores amigos de Sally e Harry.

Dirigido pelo eclético e talentoso Rob Reiner (de Conta Comigo e Questão de Honra, só para citar alguns) e escrito pela roterista Nora Ephron (Sintonia de Amor e Julie e Julia), o longa é um jogo perfeito entre cenas e personagens.

Obrigatório e apaixonante, Harry e Sally - Feitos um Para o outro, apesar de ter sido lançado em 1989, reproduz de modo atual o comportamento de toda uma geração, incluindo a nossa.

sábado, 28 de maio de 2011

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles (Battle: Los Angeles)


Los Angeles e outras cidades do mundo estão sendo bombardeadas por meteoros repentinamente. Naves alienígenas pousam na costa de L.A  e começam a matar todos na praia. O sargento Nantz (Aaron Eckhart de Obrigado por Fumar) que está prestes a se aposentar, é designado para fazer parte de um pelotão que precisa salvar um grupo de civis que está preso em uma delegacia cercada por aliens. O pelotão tem apenas três horas para cumprir a missão e sair de lá, antes de a força aérea bombardear a região.

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é um filme clássico de guerra com uma invasão alienígena causadora do confronto. Todos os elementos de longas como Platoon, Apocalypse Now e outros estão presentes. As tomadas lentas, a tensão, a dúvida de que caminho escolher, a estratégias, tudo faz parte dessa obra, muita mais levada a sério do que parece.


O elenco, assim como em todo war movie, é composto de vários nomes desconhecidos. Comandado pelo herói Nantz, interpretado pelo talentoso Aaron Eckhart, que apesar de ter o tipo de astros de ação, faz escolhas mais desafiadoras na sua carreira, com personagens mais anti-heróis e sarcáticos. Aqui ele interpreta um sujeito amargo e não muito otimista, afinal, estamos falando de Aaron. A atriz Michelle Rodriguez (de Avatar, S.W.A.T. - Comando Especial), faz a sargento Elena Santos e francamente estou cansada de ver Michelle, interpretando o mesmo papel repetidas vezes, como a garota latina durona, está na hora de se reinventar.
Dirigido por Jonathan Liebesman (de No Cair da Noite), que parece ter uma queda pelo gênero terror, o longa é cheio de cortes e cenas longas, compatíveis com a cartilha de cinema.

Invasão do Mundo: Batalha de Los Angeles é um bom passatempo, mas ainda prefiro o estilo Spielberg de falar de aliens.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Uma Manhã Gloriosa (Morning Glory)


Depois de ser demitida injustamente do cargo de produtora de um pequeno programa matinal local, a dedicada Becky (Rachel McAdams de
Diário de uma Paixão), consegue uma entrevista com Jerry (Jeff Goldblum de Parque dos Dinossauros) e aceita ser produtora de um programa matinal de variedades decadente chamado Daybreak em Nova York.
O problema é que o programa está prestes a ser cancelado e ela ainda vai ter que lidar com  a dupla de apresentadores, a ex- miss Arizona Colleen Peck (Diane Keaton de
Alguém tem que Ceder) e o egocêntrico ex- repórter de notícias Mike Pomeroy (Harrison Ford de Indiana Jones). No meio disso tudo, ela ainda se apaixona pelo envolvente e lindo Adam (Patrick Wilson de Pecado Íntimo).

Com um roteiro delicioso, engraçado, leve e desprentesioso, Uma Manhã Gloriosa é o típico filme comédia romântica que adoramos ver, com mais comédia que romance, que agrada em todos os sentidos. O longa é bem montado e mostra o backstage de um programa de tv de modo verdadeiro, sem forçar a barra.

Lógico que os atores aqui dão show, quando falamos de Diane Keaton, sabemos que ótimo é o básico para falar do trabalho dela. Harrison Ford surpreende na pele do ranzinza Mike e devemos as cenas mais engraçadas a ele. Rachel McAdams, que faz a protagonista, é uma das minhas atrizes preferidas, linda e talentosa, ela tem um grande carisma e  posso falar que vamos ouvir muito dela.  O galã John Patrick, faz um papel menor e funciona mesmo assim. Até o esquecido ator John Pankow (o hilário Ira Buchman do seriado Mad About You),  está no longa fazendo o diretor Lenny, que ajuda Becky. 

Dirigido pelo experiente diretor Roger Michell (de Um Lugar Chamado Notting Hill),  o filme é comandado com sequências e humor clássicos, bem ao estilo de Roger, representante da velha guarda hollywoodiana.

Com um espírito otimista, Uma Manhã Gloriosa é confortante e revitalizante, exatamente como uma manhã deveria ser.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Thor (Thor)


Thor (o novato Chris Hemsworth), o deus do trovão, é um corajoso e arrogante guerreiro que é expulso do reino de Asgard e mandado de castigo para a terra pelo seu pai Odin (Anthony Hopkins de O Silêncio dos Inocentes). No mundo humano, sem seus poderes, ele conhece a cientista Janie Foster (Natalie Portman de Cisne Negro) e juntos eles vão descobrir muitos mistérios e ainda tentar salvar o reino de Asgard.

Baseado na mitologia nórdica, Thor, é um super-herói da Marvel, que tem muitos admiradores no mundo inteiro. Confesso que amo histórias de super-heróis mas não estava muito empolgada pelo longa. Felizmente fui ver e simplesmente adorei. Tudo funciona, a história é bem apresentada (afinal nem todos nós somos fãs de quadrinhos) e depois o filme evolui com cenas de ação e combate maravilhosas, várias partes engraçadas e permanece interessante do começo ao fim, valendo cada minuto.

O elenco está afiadíssimo, mas quem surpreende mesmo é o ator Chris Hemsworth, que está perfeito no papel principal, dando o suporte dramático e físico necessário para interpretar o herói. Natalie Portman está muito bem e vemos a leveza e simpatia que ela traz para Jane. Logo após o término do tenso e sofrido Cisne Negro, esse foi o longa que ela fez em seguida e a atriz mostra sua versatilidade mais uma vez, além de ter uma química bacana com Crhis.

Dirigido pelo grande ator shakesperiano Kenneth Branagh (Muito Barulho por Nada, Hamlet), se pararmos para pensar, nada melhor que um profundo conhecedor de Shakespeare, para dirigir um filme sobre reis, deuses, traição e amor. Kenneth tem o êxito de transformar um possível blockbuster em uma obra mais completa e com certo status de arte.

Uma das coisas mais difíceis de se ver hoje no cinema, é a medida certa , o equilíbrio entra as várias sensações que uma história pode contar e Thor consegue.


terça-feira, 26 de abril de 2011

Esposa de Mentirinha (Just Go With It)


Danny (Adam Sandler de Click) é um badalado cirurgião plástico que finge ser casado e mal tratado pela sua esposa para conquistar as mulheres. Quando ele se apaixona de verdade por uma garota bem mais nova, ele pede para sua assistente Katherine (Jennifer Aniston de Marley e Eu) fingir ser sua ex-esposa.

O nome em português é  bem clichê e acaba passando uma idéia errada do longa. Com cenas engraçadíssimas e diálogos impagáveis esse filme foi uma boa surpresa.  Claro que é um besteirol americano, mas nem por isso deixa de ser muito bom. Adam e Jennifer dão show como sempre, a química e o timing de comédia dos dois é perfeito, talvez o maior trunfo deles seja a espontaneidade mostrada em cada frase. Os atores mirins que fazem os filhos de Katherine são hilários e o longa ainda conta com uma participação mais que especial de Nicole Kidman e David Matthews (da David Matthews Band).

O diretor Dennis Dugan (de O Paizão e Eu os Declaro Marido e ... Larry) é parceiro de Adam Sandler e praticamente dirigiu a grande maioria dos  seus filmes. Dennis não é um nome conhecido, mas cumpre seu papel de forma simples e direta, afinal nesse tipo de longa (mais do que em qualquer outro) quem brilha é o elenco.

Esposa de Mentirinha agrada a todos e nos deixa mais leve ao acabar de assistir.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Sucker Punch - Mundo Surreal (Sucker Punch )



Baby Doll (Emily Browning de Desventuras em Série) é uma jovem garota que após a morte de sua mãe é mandada para um sanatório pelo padrasto mau-caráter. No hospital psiquiátrico comandado por um louco, Baby passa a viver em um mundo imaginário para sobreviver ao sofrimento e faz amizade com Rocket (Jena Malone de Na Natureza Selvagem), Sweet Pea (Abbie Cornish de Candy), Blondie (Vanessa Hudgens de High School Musical) e Amber (Jamie Chung de Gente Grande).

Fui ao cinema com o maior pé atrás para ver esse filme, mas por ter sido feito por um diretor que eu gosto, acabei  cedendo. Má idéia. A obra não tem o maior sentido, a história é muito sem graça e passado os primeiros vinte minutos já começamos a nos arrepender totalmente. As cenas de ação, principalmente as duas primeiras, são executadas com perfeição e os efeitos especiais são de primeira, mas é só isso. O elenco principal desanima um pouco, a protagonista não empolga, talvez as duas promessas como atrizes sejam Abbie Cornish (Sweet Pea) e Jena Malone (Rocket).

O diretor Zach Snyder (de 300 e Watchmen - O Filme), sempre busca projetos difíceis e originais, mas peca ao dar mais valor para  o visual do que por uma trama bem narrada e inteligente nesse longa.

Sucker Punch - Mundo Surreal é um daqueles fracassos anunciados. Talvez, pelo grande apelo sensual, agrade adolescentes e marmanjos de plantão.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Não Me Abandone Jamais (Never Let me Go)



Durante a infância, Kathy (Carey Muligan de Educação), Tommy (Andrew Garfield de A Rede Social) e Ruth (Keira Knightley de Piratas do Caribe) estudam em um colégio interno, na Inglaterra,  que tem o propósito de criar crianças para cumprirem um futuro trágico quando completarem vinte e tantos anos. Enquanto se tornam adultos a amizade entre os três e o triângulo amoroso define seus caminhos antes de enfrentarem seus destinos.

Filme lindíssimo e delicado sobre a fragilidade da vida, daquilo que não podemos mudar. Não é um filme para qualquer um, e quando digo isso não tenho a intenção de desmerecer ninguém, mas honestamente não é um longa para as massas. A história é tão diferente e bem narrada que me prendeu a todo momento. Vale lembrar que o filme é  a adaptação de um livro de grande sucesso de 2005 que foi considerado pela revista Times como o melhor livro da década. Sempre parece que algo está por vir, tentamos decifrar cada minuto que virá, sofremos pelo destino deles. O que torna o longa tão único é que na verdade é uma ficção científica onde drama é o principal, a ficção fica de fundo. Os três atores estão maravilhosos, todos já provaram que vieram para ficar. Justamente por não possuirem aquele  ar de atores hollywoodianos, nos envolvem mais durante a obra, dão a sensação de veracidade e se despem de qualquer beleza.

Dirigido por Mark Romanek (de Retratos de uma Obsessão) , que é conhecido por fazer videoclips musicais e documentários para artistas como Madonna, Michael Jackson e REM, entre outros. Mark consegue mostar a sua personalidade ao escolher um roteiro que foge da mesmice e com certeza é um visionário.

Prepare o lenço de papel e ao final de Não Me Abandone Jamais não estranhe se  sentir um vazio.

segunda-feira, 14 de março de 2011

Bravura Indômita (True Grit)



Mattie (Hailee Steinfeld) é uma garota de 14 anos que está obstinada em encontrar Chaney (Josh Brolin de Milk - A voz da Igualdade), o assassino de seu pai, que fugiu logo após cometer o crime e contrata o serviço do policial Rooster (Jeff Bridges de Homem de Ferro), um pistoleiro bêbado e caolho que é conhecido pela grande coragem. Junta-se à eles LaBoeuf (Matt Damon de Além da Vida), um oficial do Texas que também está a procura de Chaney. Juntos, os três percorrem uma jornada perigosa e com muitas surpresas.

Esse faroeste clássico já ganhou um espaço na minha lista de preferidos. Com um roteiro certeiro, diálogos maravilhosos e elenco afinadíssimo é impossível não se empolgar com o longa. A menina Mattie nos emociona com sua obstinação e inteligência, sua relação com os dois pistoleiros vai crescendo ao longo da história sem clichê algum. Hailee, que faz a menina , é mais um caso de atrizes mirins que parecem ter a experiência de gigantes e rouba a cena em várias partes do filme. Jeff Bridges está perfeito e Matt Damon prova ser o ator mais brilhante e versátil da atualidade. Matt demonstra veracidade em cada cena e apesar do ator estrelar quase três filmes por ano, não conseguimos cansar de seu trabalho, tamanha a singularidade de seus personagens.

Dirigido e escrito pelos famosos irmãos Ethan e Joel Coen (de Fargo, Onde os Fracos Não Tem Vez e Queime Depois de Ler, entre outros), os talentosos irmãos sempre produzem, escrevem e dirigem seus filmes de uma forma muito original e posso dizer sem culpa que nunca vi um filme ruim dos Coens, eles simplesmente têm o humor negro e o tom crítico necessário para tratar de qualquer assunto, talvez isso explique como eles escolhem temas totalmente diferentes para suas obras e mesmo assim conseguimos ver suas assinaturas em cada uma delas. Vale lembrar que o longa concorreu ao Oscar desse ano em dez categorias, incluindo melhor filme, diretor, ator (Jeff Bridges) e atriz coadjuvante (Hailee Steinfeld).

Retribuição, punição, indomável. Essas são só algumas palavras para definir o surpreendente Bravura Indômita.

sexta-feira, 11 de março de 2011

O Besouro Verde (The Green Hornet)


Após a morte de seu pai, o playboy Britt Reid (Seth Rogen de Ligeiramente Grávidos) tem que lidar com o comando do jornal da família e acaba conhecendo Kato (Jay Chou de A Maldição da Flor Dourada), um funcionário de seu pai expert em artes maciais. Junto com Kato, Britt resolve combater o crime da cidade de Los Angeles se tornando o super- herói Besouro Verde.

O Besouro Verde foi uma série de muito sucesso em 1966, onde o lendário Bruce Lee interpretava o ajudante Kato. Nesse longa com cenas muito originais de ação e o charme engraçado de Seth Rogen, infelizmente a história do herói mascarado não emociona, os diálogos são muitas vezes sem nexo e vemos um filme sem inspiração e totalmente esquecível. Mesmo com a presença do ótimo ator Christoph Waltz (de Bastardos Inglórios) fazendo o vilão Chudnofsky/ Bloodnofsky, o longa não empolga. Cameron Diaz faz a secretária de Britt, Lenore, um papel tão apagado, que parece  estar no filme apenas para chamar publicidade com seu nome. O ator James Franco (de 127 Horas) faz uma ponta no começo, que com certeza é a parte mais engraçada da obra e o grande Tom Wilkinson (de Batman Begins) faz o pai de Britt,  James Reid.

O diretor é o francês Michel Gondry (de Brilho Eterno De Uma Mente Sem Lembraças) que parecia ser a nova promessa do cinema, mas até agora não fez filmes muito expressivos desde Brilho Eterno. No filme ele empresta a sua genialidade nas artes gráficas, criando cenas modernas e ângulos diferentes de câmeras.

O Besouro Verde vem com a promessa de nos surpreender, mas não cumpre.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Entrando Numa Fria Maior Ainda com a Família (Little Fockers)


Na terceira sequência do longa orginal, Jack Byrnes (Robert De Niro) quer passar a sucessão de chefe da família para Greg (Ben Stiller de Quem vai ficar com Mary) e quando as coisas parecem finalmente ter se acertado entre os dois, uma série de acontecimentos faz com que Jack desconfie que Greg está traindo sua filha Pam (Teri Polo de Amor se Fronteiras) e a volta do antigo namorado de Pam, Kevin (Owen Wilson de Marley e Eu), também complica a harmonia da família Focker.

Gostei muito do primeiro, desconfiei do segundo e nesse terceiro longa da franquia ficou claro que a criatividade dos roteiristas acabou. Filme muito fraco, sem graça mesmo, as pouquíssimas cenas engraçadas se devem ao personagem Kevin (Owen Wilson), muito bom no seu papel. Mesmo contando com um elenco muito bom, que ainda conta com a participação de Dustin Hoffman (de Rain Man), Barbra Streisand (de O Príncipe das Marés) e Jessica Alba (de Sin City), o longa repete clichês atrás de clichês, não prende a atenção e ficamos impaciente para acabar logo.

O diretor é Paul Weitz (de American Pie, Um Grande Garoto), muito experiente em comédias. Paul não dirigiu os dois primeiros filmes da série, e faz o seu trabalho sem grandes expectativas.

Entrando Numa fria Maior Ainda com a Família (tradução brasileira péssima) é sessão da tarde apenas para quem estiver totalmente desocupado.

domingo, 20 de fevereiro de 2011

Namorados Para Sempre (Blue Valentine)



A história de um casal, Dean (Ryan Gosling de Diário de uma Paixão) e Cindy (Michelle Williams de Ilha do Medo) e a evolução de relacionamento deles desde o namoro até o casamento nos dias atuais.

Como sempre a tradução dos filmes para brasileiros é rudimentar e passa uma expectativa muito errada sobre o filme, nesse caso é a mesma coisa. Namorados Para Sempre não é uma comédia romântica ou um grande filme de amor, trata-se de um relato verdadeiro e doloroso sobre as mudanças que as pessoas sofrem durante um relacionamento e a difícil tarefa de manter o encantamento pelo outro e por si próprio ao longo dos anos, a obra é toda intercalada com cenas do presente e do passado. Ryan e Michelle estão muito reais em seus papéis e quem diria que a apática e eterna Jen de Dawson’s Creek viraria uma atriz de papéis sérios e profundos. Michelle está concorrendo ao Oscar de melhor atriz nesse ano pelo longa.

O diretor é o desconhecido Derek Cianfrance, que praticamente só fez documentários para a TV, aqui ele estréia nos longas e mostra ter um grande talento. O visual do filme é maravilhoso e repare como ele filma o passado com filme e o presente com câmera digital, é curioso também que no passado, praticamente Dean e Cindy estão juntos em quase todos os planos e no presente aparecem bastante separados, já antecipando a queda do casal.

Honestamente, esperava mais do filme e principalmente senti a falta de um final, mas Namorados Para Sempre tem seus momentos brilhantes.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

O Discurso do Rei (The King's Speech)



A história real de como o Rei George VI (Colin Firth de O Diário de Bridgte Jones), da Inglaterra, tomou posse do trono depois da abdicação de seu irmão e sua luta para curar uma gagueira que o impedia de falar em público e adquirir respeito com a ajuda de um terapeuta nada convencional Lionel Logue (Geoffrey Rush de Shine-Brilhante) e de sua dedicada esposa, a Rainha Elizabeth (Helena Bonham Carter (de Clube da Luta).

Com um roteiro perfeitamente estruturado sobre a verdadeira saga do Rei George VI, esse longa é uma lição de superação em todos os sentidos. Ficamos impressionados com os dados históricos e maravilhados com a história de amizade entre Bertie (o Rei George) e Lionel.  O elenco está impecável e conta com uma interpretação estrondosa de Colin, Geoffrey e Helena, não é surpresa que estão sendo indicados nesse ano ao Oscar de melhor ator, ator coadjuvante e atriz coadjuvante respectivamente.

Dirigido pelo inglês Tom Hooper, o filme é uma verdadeira lição de cinema clássico, com enquadramentos perfeitos e fotografia, figurino, trilha Sonora, basicamente todos os elementos, impecáveis. A obra está concorrendo a 12 Oscars, inclusive melhor filme e melhor direitor.

Saber a importância de ouvir nossa voz interior e nos livrar dos medos, esse é o principal discurso dessa belíssima obra.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Nem Tudo é o Que Parece (Layer Cake)


Um traficante de cocaína de muito sucesso (Daniel Craig de 007- Cassino Royale) recebe duas missões de seu chefe no dia em que iria se aposentar: achar a filha viciada em crack de um poderoso empresário amigo de infância do seu chefe e ao mesmo tempo achar um comprador para uma quantidade enorme de Ecstasy que vale em torno de 2 milhões de libras, o problema é que o Ecstasy foi roubado de uma máfia sérvia muito perigosa, que quer a sua droga de volta ou vai matar todos envolvidos ou não no roubo.

Com um roteiro muito bem estruturado, o começo do filme parece ser um manual de como ser um traficante de drogas de muito sucesso, sem ser pego pela polícia, só por essa parte, já valeria a obra, mas temos muito mais para apreciar nessa história perfeita, cheia de reviravoltas e idéias bem boladas. Ficamos atentos todo o tempo tentando achar uma saída para o nosso anti-herói. O elenco está perfeito, Daniel (o novo James Bond), realmente é o “inglês do momento” com charme e talento de sobra e o seu parceiro Morty (George Harris de Harry Potter e a Ordem da Fênix) destaca-se em várias cenas.

Esse foi o primeiro filme dirigido por Matthew Vaughn (de Kick-Ass – Quebrando tudo) e podemos dizer que o cara começou com o pé direito. Com uma edição primorosa, ele consegue passar para o público de um jeito moderno o submundo das drogas londrino com cenas antológicas como a de quando Morty bate em um cara ao som de Ordinary World do Duran Duran.

Nem Tudo é o que Parece é uma feliz surpresa para os que apreciam cinema de primeira.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

The Rocky Horror Picture Show



Uma comédia musical de horror que conta a história do jovem e doce casal, que acabaram de ficar noivos, Brad (Barry Bostwick do seriado Spin City) e Janet (Susan Sarandon de Thelma e Louise) que estão viajando e acabam parados na estrada, no meio da chuva, por causa de um problema no carro e encontram uma mansão, onde o morador é o Dr. Frank-N-Furter (Tim Curry de As Panteras), um travesti que vive com um bizarro grupo de empregados que conta com o mordomo Riff Raff (Richard O’Brien de Para Sempre Cinderela), a doméstica Magenta (Patricia Quinn de Monty Python - O Sentido da Vida) e a groupie Columbia (Nell Campbell de Grandes Esperanças).

Esse filme extrapola todos os limites do ridículo e por isso mesmo é tão sensacional, vale lembrar que não foi muito bem recebido pelo público, até porque aborda o sexo e o homossexualismo de maneira totalmente aberta, um choque para o ano de 1975, quando o longa foi lançado. Ficou em cartaz por quatro anos na Inglaterra e hoje em dia virou cult nos Estados Unidos e na Europa. Destaque para Tim Curry que faz o Dr. Frank e está escrachadamente maravilhoso e para a trilha sonora muito original.

Dirigido por Jim Sharman, originalmente um diretor de teatro experimental, que adaptou o roteiro do filme a partir da peça de autoria dele mesmo.

Esqueça qualquer coerência, veja com zero expectativa e sem levar nada a sério, só assim a experiência de assistir The Rock Horror Picture Show vai ser válida.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Julie e Julia



A verdadeira história de como Julia Child (Meryl Streep) aprendeu a cozinhar até virar referência nos EUA, tendo seus livros de receita no topo da lista dos mais vendidos e de Julie Powel (Amy Adams de O Vencedor), uma funcionária pública, que monta um blog, onde pretende fazer todas as receitas do primeiro livro de Julia e postar diariamente.

Filme delicioso, nos dois sentidos, a história da famosa cozinheira Julia em paralelo com a de Julie é inteligente e sofisticada. O começo da profissionalização de Julie na França é revelador e mostra como ela era uma mulher muito a frente do seu tempo e foi quem mostrou aos americanos que todos poderiam fazer os famosos pratos franceses, popularizando a culinária.

As duas atrizes estão ótimas, mas Meryl realmente é demais (novidade) e faz uma Julia idêntica a da vida real, é impressionante a sua caracterização, expressão corporal e voz.
Dirigido por Nora Ephron, talentosíssima em comédias românticas, em seu currículo consta o roteiro do clássico Harry e Sally – Feitos um Para o Outro, além de dirigir e escrever Mensagem pra Você e Sintonia de Amor, entre outros.

Julie e Julia é um belo filme que precisa ser acompanhado com uma boa taça de vinho. Após o final, já deixe a janta pronta, porque vai dar fome.

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Snatch – Porcos e Diamantes (Snatch)



Frankie Quatro Dedos (Benicio Del Toro de Traffic) é um ladrão de diamantes que está de passagem por Londres e precisa levar os diamantes para seu chefe, Avi (Dennis Farina de O Resgate do Soldado Ryan), vendê-los em NY. Frankie não resiste e resolve ficar mais um pouco em Londres para apostar em uma luta de boxe. Enquanto isso os promotores de luta Turkish (Jason Statham de Carga Explosiva) e Tommy (Stephen Graham de Gangues de Nova York) estão tentando convencer o lutador cigano Mickey (Brad Pitt) a entrar numa luta e perdê-la. Ao mesmo tempo em Nova York, Avi contrata Tony (Vinnie Jones de X-Men - O Confronto Final) para achar Frakie e trazer seus diamantes de volta.

Com várias histórias independentes que se cruzam e um ritmo de tirar o fôlego, esse filme traz todos os ingredientes que um bom longa tem que ter. Os atores estão perfeitos, as tramas engraçadíssimas e o submundo das lutas de boxes britânico é escrachado nessa pequena obra-prima moderna.

Esse foi o segundo filme de Guy Ritchie (Sherlock Holmes) depois do estouro de Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes. Guy é o típico diretor que tem uma assinatura muito fácil de identificar nas suas obras, o ritmo de videoclip e a edição primorosa das cenas em câmera lenta alternando com as de velocidade são uma marca sua e aqui ele imortaliza na incrível cena de luta de Micky (Brad Pitt).

Snatch – Porcos e Diamantes é o tipo de filme tem que ver. Se você já viu reveja e se não, ta esperando o que?

sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married)


Kym (Anne Hathaway de Amor e Outras Drogas) é uma jovem que saiu há poucos dias de uma clínica de reabilitação e volta para sua cidade natal depois de vários anos para o casamento da sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt de A Luta pela Esperança). Enquanto as duas irmãs têm que lidar com suas diferenças e uma mãe egoísta, Abby (Debra Winger de Laços de Ternura), o casamento precisa ser preparado no meio de vários sentimentos confusos.
Amo esse filme, tem uma história linda e comovente, que mostra que como os pilares de uma família se desestrutura quando falamos de filhos. A família em si, é tão carismática e a mensagem tão tocante que nos envolvemos nessa obra pequena e profunda sobra os sentimentos que nos permeiam em relação familiares. Timaço de atores compõem o elenco e particularmente, só comecei a gostar de Anne, depois desse papel, que considero o melhor de sua carreira até agora.
O longa é dirigido pelo gênio, meu ídolo, o grande Jonathan Demme. Ele ficou mais conhecido no início dos anos 90, quando fez sua contribuição cinematgráfica mais importante, dirigiu De Caso com a Máfia, O Silêncio dos Inocentes e Filadélfia. Com esse três não preciso dizer mais nada sobre o conhecimento e maestria do diretor.
O Casamento de Rachel é uma bela obra sobre o assunto família, drogas e culpa e ao acabar ficamos com um sentimento de otimismo, o que sempre é bom.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Domésticas - O Filme



A história de cinco domésticas que trabalham em São Paulo, Roxane, Raimunda, Créo, Cida e Quitéria sobre a incrível ótica do cotidiano delas mesmas. Seus sonhos, amores, valores, tudo é compartilhado, assim como a relação entre elas.
Filme maravilhoso, com pinta de documentário, pouco conhecido do grande público que conta de modo muito interessante a vida dessas mulheres, que muito de nós convivemos dia e dia, e não imaginamos ou não nos interessamos. Engraçadíssimo, inteligentíssimo e com um elenco afiadíssimo é delirio puro a vida dessas “colegas”.
Dirigido por Fernando Meirelles (de O Jardineiro Fiel), antes de ele se tornar famoso mundialmente por Cidade de Deus, aqui Fernando já entrega dicas de uma edição primorosa e uma queda por personagens marginalizados, embora ele já tenha se desvencilhado do tema.
Domésticas - O Filme é filme de comédia de primeira categoria, para ser apreciado a qualquer hora, afinal humor inteligente, é difícil, mas ainda habita o cinema brasileiro.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Amor e Outras Drogas (Love and Others Drugs)



Jamie (Jake Gyllenhaal  de O Segredo de Brokeback Mountain) é um cara conquistador, que não quer compromisso e usa todo o seu charme como um propagandista farmacêutico de uma grande empresa, quando conhece Maggie (Anne Hathaway de O Diabo Veste Prada), uma garota liberal que também não quer relacionamentos sérios, começam uma relação baseada apenas em sexo, mas descobrem que a sintonia entre eles vai muito mais além disso.

Esse é um filme interessante, porque aborda um assunto sério como a prescrição de remédios e a guerra da indústria farmacêutica com uma história de amor como tema central. Sinceramente, o longa tem umas sacadas boas, mas cai no clichê muitas vezes e me decepcionei um pouco. Toca até de maneira muito emocionante sobre o mal de Parkinson, mas é só. Jake e Anne estão ótimos e mostram coragem a fazer cenas de nudez a maior parte do longa, mas a química dos dois não encanta, e para segurar o filme, essa seria a principal função de quem escalou o elenco, apesar de serem atores disputadíssimos em Hollywood, não funcionou.

Dirigido pelo experiente Edward Zwick que fez os ótimos Diamantes de Sangue e Nova York Sitiada, o maior êxito dele foi conseguir mostrar os atores despidos sem parecer vulgar, a impressão é que mostra todo o corpo dos atores, mas na verdade são pequenas nuances que confunde nossos olhos.

Ficou aquela sensação de não gostei, mas queria ter gostado no final de O Amor e Outras Drogas, veja você e descubra.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind)



Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet de Titanic) são um casal, que depois da separação, apagam  todas as lembraças que tinham um do outro para não sofrerem, só que durante o processo Joel se arrepende e conta com Clementine e seu subconsciente para não esquecer dela.

A história de amor mais fantástica dos últimos tempos. O roteiro é tão original e engraçado que nos envolve o tempo todo e nos faz pensar se teríamos coragem de fazer o mesmo depois de uma decepção amorosa. Jim e Kate estão muito bem nos papéis que foi um divisor de águas na carreira de ambos. O elenco ainda conta com a participação de vários atores maravilhosos como Elijah Wood (de O Senhor dos Anéis), Mark Ruffalo (de Ensaio sobre a Cegueira), Kirsten Dunst (de Homem-Aranha) e o sempre impecável Tom Wilkinson (de Shakespeare Apeixonado). A trilha sonora é linda e vale conferir.

Quem dirige é provavelmente o diretor mais gênio dos efeitos visuais (entendam, visuais e não especiais), o francês Michel Gondry. Michel tem no currículo nada mais que os videoclips de Bjork, The White Stripes, Rolling Stones, Foo Fighters, entre outros. Lembre do melhor clipe de cada um desses artistas, pode ter certeza: é de Gondry. O mais fascinante é que todo o seu trabalho não é fruto de muito dinheiro, o cara faz tudo com baixo orçamento e transforma uma coisa simples em majestosa assim como esse longa.

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças é revolucionário em todos os sentidos. Filme Obrigatório.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um Crime de Mestre (Fracture)



Willy (Ryan Gosling de Diário de uma Paixão) é um jovem promotor público de sucesso que não perde um caso há muito tempo. Antes de partir para uma grande firma de advocacia, Willy tem um último trabalho como promotor, o caso do engenheiro Ted (Anthony Hopkins de O Silêncio dos Inocentes), que matou sua mulher após descobrir que estava sendo traído e assinou sua confissão. O que parecia um caso muito fácil, se torna um pesadelo para Willy, quando Ted percebe que a sua maior fraqueza é a vontade de ganhar, montando um labirinto genial para não ser condenado.

Essa é uma história de tribunal muito inteligente e rica em todos os detalhes. É o tipo de longa que não nos deixa piscar nenhum momento e passamos a ser parceiros de Willy para conseguir entender o que está acontecendo. Ryan está se mostrando um excelente ator e Sir Anthony Hopkins dispensa qualquer tipo de comentário, poderia fazer até  comercial de refrigerante, que seria estupendo.

O filme é dirigido por Gregory Hoblit, que dirigiu também o ótimo As Duas Faces de um Crime e mostra que é especialista em obras inteligentes de tribunal.

Um Crime de Mestre é um quebra-cabeça, onde juntamos as peças sem saber o resultado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Vencedor (The Fighter)



Essa é a verdadeira história da trajetória do boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg de Fim dos Tempos) e do seu problemático irmão Dicky Eklund (Christian Bale de Batman - O Cavaleiro das Trevas), que o ajudou a se tornar um lutador de boxe profissional nos anos 80.

Filme sensacional sobre a incrível superação de dois irmãos com nada em comum, a não ser a paixão pelo boxe. Não acreditava que um longa com esse tema teria algo de especial depois de Rocky e Touro Indomável, mas a história é tão tocante e inacreditável que fica difícil não falar que é um dos meus preferidos de 2011. Os atores aqui são maiores que a própria obra entregando atuações inspiradoras. Christian Bale, que está irreconhecível, se torna Dicky de uma maneira tão avassaladora e assustadora que posso falar que o Oscar já é seu. Outra que já tem sua estatueta garantida é Melissa Leo (de Rio Congelado) que faz a mãe dos irmãos, Alice, uma mulher controladora e egoísta que é visceral nas suas falas e gestos. A doce e delicada Amy Adams (de Encantada) faz a namorada boca suja de Micky, Charlene, tão perfeita, que esquecemos os outros trabalhos da atriz. Até Mark (produtor do filme), que particularmente acho muito canastrão, demonstra um Mick sincero, sem clichês.

Dirigido por David O. Russel que fez os ótimos Três Reis e Huckabees - A Vida é uma Comédia (ambos com Mark), o longa é perfeito tecnicamente e ficamos em pé nas cenas de luta torcendo por Mick, tamanha a perfeição das tomadas e os cortes certeiros.  A obra está concorrendo a 7 Oscars esse ano, inclusive  de melhor filme.

Acho que a grande sacada de O Vencedor é que ao longo da história, mudamos nossa percepção do que é certo ou errado, paramos de julgar as pessoas e percebemos que a única luta impossível de ganhar é aquela contra as pessoas que amamos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Desejo e Reparação (Atonement)


Quando Briony Tallis (Saoirse Ronan de Um olhar do Paraíso), uma garota de 13 ano e aspirante a escritora, vê sua irmã Cecilia Tallis (Keira Knightley de Piratas do Caribe) e Robbie (James McAvoy de O Último Rei da Escócia), filho de uma empregada da família, na fonte de casa, uma série de acontecimentos faz a garota acusar o amor de sua irmã (Robbie) de um crime que ele não cometeu e essa acusação vai mudar para o resto da vida o futuro do jovem casal e da pequena Briony.

Essa é uma obra belíssima,passada na Inglaterra de 1935, contada de um jeito muito particular, cheio de flashbacks, a trajetória do casal principal. Impossível não se emocionar com essa história simples, mas grandiosa, que mostra o quanto a mentira pode ser arrebatadora e a reparação muitas vezes impossível. O elenco é maravilhoso, Keira e James são os novos astros britânicos, sendo já aclamados pela crítica diversas vezes, a surpresa fica por conta da jovem Saoirse que interpreta Briony como uma atriz muito experiente.

O diretor é o britânico Joe Wright que dirigiu Orgulho e Preconceito e O Solista, entre outros. James faz cenas belíssimas, ver seus filmes é como ir a uma galeria e ver pinturas de arte, seus ângulos e seus closes são sofisticados e suaves. Destaque para a fotografia estupenda e a trilha sonora que inclusive ganhou o Oscar. O longa concorreu a vários Oscars em 2008, inclusive de melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan) e melhor filme.

Desejo e Reparação é um filme universal, pois aborda como a consciência humana é frágil e as conseqüências podem ser irreversíveis.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Kick-Ass Quebrando Tudo (Kick-Ass)



Dave (Aaron Johnson de O Garoto de Liverpool) é o típico nerd da escola viciado em história em quadrinhos. Um certo dia ele decide se tornar um super-herói, mesmo não tendo nenhum poder e descobre que não é o único.

A crítica americana falou muito mal do filme, chamando de vulgar e violento. Discordo totalmente, é um filme bem diferente, com uma história muito bacana e atuações ótimas. Pense assim: se lotamos os cinemas por causa dos super- heróis conhecidos, porque não assistir uma história de um super-herói real, sem nenhuma ficção científica envolvida? Só pela idéia, a obra já vale a pena. Destaque para a participação especial de Nicolas Cage (de Adapatação), que faz o impagável Big Daddy e a pequena atriz Chloe Moretz (de Deixe-me Entrar) que dá um show de interpretação (pode ser a futura musa de Quentin Tarantino). Outra curiosidade sobre o longa é que ele é produzido por Brad Pitt.

O diretor é o ingles Matthew Vaughn (de Nem tudo é o Que Parece), mais conhecido por produzir filmes. Esse é o seu terceiro longa na direção e posso dizer que ainda vamos ouvir falar muito dele. As escolhas nada comum em seu currículo apontam um diretor audacioso e muito criativo na escolha das cenas.

Animal! Essa é a única palavra que penso ao resumir Kick-Ass - Quebrando Tudo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Segurando as Pontas - (Pineapple Express)



Dale (Seth Rogen de Superbad-É Hoje) é um official de justiça que passa os seus dias fumando maconha. Ele visita sempre Saul (James Franco de 127 Horas), um traficante que vende um tipo especial de maconha chamada pineapple express. Dale acaba testemunhando um assassinato cometido por um policial e foge deixando para trás o fumo especial, o problema é que esse tipo de fumo é muito raro e por casusa dele os bandidos conseguem rastrear Dale e Saul, que agora têm que fugir para salvarem suas vidas.

Com um roteiro muito engraçado e cenas de ação muito boas, esse é um filme perfeito para ver a qualquer hora. Seth e James estão hilários, mas talento é o que não falta nesse longa repleto de personagens bons como o impagável capanga Matheson (Craig Robinson de The Office) e o responsável pela cena de luta mais engraçada do cinema, que faz com Dale, Red (Danny McBride de Amor Sem Escalas). Já disse várias vezes e repito: sou muito fã de Seth, que é um artista completo, porque além de atuar, escreve e produz seus filmes. Aqui ele co-assina o roteiro.

O longa é dirigido por David Gordon Green, desconhecido diretor que não tem filmes de sucesso no currículo, esse é o seu trabalho mais conhecido.

Segurando as Pontas não muda a sua vida, mas garante boas risadas e tem o mérito de segurar o humor do começo ao fim.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Por uma Vida Menos Ordinária (A Life Less Ordinary)



Robert (Ewan McGregor de Moulin Rouge – Amor em Vermelho) é um aspirante a escritor que trabalha como faxineiro em uma empresa. Após ser demitido e seqüestrar a filha do chefe, Celine (Cameron Diaz), ela arma um plano junto com ele para pedir uma grana alta pelo resgate e ficarem com o dinheiro. Ao mesmo tempo, dois anjos especializados em relacionamentos, O’Reilly (Holly Hunter de Aos Treze) e Jackson (Delroy Lindo de Regras da Vida) tem a missão de fazer o casal se apaixonar.

Amo esse filme, é uma história de amor muito diferente, original e com um toque de humor negro. Os atores estão ótimos, o casal principal é apaixonante e protagoniza uma cena de musical engraçadíssima. É um longa pouco conhecido pelo grande público que merece muito ser visto. Destaque para a ótima trilha sonora cheia de gente boa como Beck, REM, The Cardigans, Elvis Presley, enfim muita coisa legal.

O diretor é o atual queridinho de Hollywood Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionários e 127 Horas). Esse foi o primeiro filme que ele fez depois do imenso sucesso de Trainspotting e conseguimos ver claramente o ritmo frenético das cenas e as referências pop que o diretor sempre coloca em suas obras.

Por um cinema menos ordinário, menos previsível, embarque nessa viagem delirante.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Incontrolável (Unstoppable)



Um trem em altíssima velocidade, sem comando e cheio de carga tóxica está prestes a descarrilhar em uma curva perigosa sobre uma cidade populosa na Pensilvânia.  Frank (Denzel Washington), um engenheiro veterano e Will (Chris Pine de Star Trek), um condutor novato, que estão trabalhando em outro trem na mesma linha, são os únicos que podem evitar a catástrofe.
 
Incontrolável é o típico filme de ação com uma boa história. Baseado em fatos reais,é pura adrenalina, temos a mesma sensação de estar assistindo Velocidade Máxima, mas com um trem em vez de um ônibus. Os dois atores principais estão ótimos e apesar de não ser o papel de sua vida, Denzel fica muito natural nesse tipo de personagem e o carisma por Frank é imediato.
 
O longa é dirigido por Tony Scott, de Chamas da Vingança e Jogo de Espiões, entre outros. Essa é sua quarta parceria com Denzel. As cenas, os cortes e o movimento das câmeras são simplesmente perfeitos. E se Tony não faz filmes mais profundos, com certeza é um mestre na regra principal de um diretor: saber filmar com a firmeza necessária.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um Jantar Para Idiotas (Dinner for Schmucks)



Tim (Paul Rudd de Eu Te Amo Cara) deseja uma promoção no trabalho. Em uma reunião Tim tem a oportunidade dada pelo chefe de subir de cargo, mas para isso ele tem que ir a um jantar dado exclusivamente para o alto escalão da empresa, onde cada convidado tem que levar um acompanhante muito idiota, para ser zombado durante a noite, sem que a pessoa saiba. Tim está quase desistindo de ir, quando conhece acidentalmente Barry (Steve Carell da série The Office), um sujeito que é o convidado perfeito.

Essa é a versão americana da elogiada comédia francesa Le Dîner de Cons de 1998. Bem, não vi a versão original, mas posso dizer com absoluta certeza que esse é um dos piores filmes que já assisti. A história é ridícula e patética, tive que segurar para não desligar a TV umas dez vezes. É inacreditável que Steve e Paul se sujeitaram a fazer um longa desses, sem nenhuma graça, com atuações vergonhosas e roteiro medíocre. Tem uma hora que é quase possível perceber que os atores estão sem graça de dizer suas falas. Ok, você ri um pouquinho quando aparece Therman (Zach Galifianakis de Se Beber Não Case) que faz o chefe de Barry e com o artista plástico Kieran, que está muito bom, mas o resto é sem comentários. Hermes e Renato parece profissional perto da tosqueira que é a obra.

O filme é dirigido pelo ótimo Jay Roach, que dirigiu as duas primeiras seqüências de Entrando Numa Fria e a franquia de Austin Powers - O Agente Bond’ Cama.  Deu para perceber que o cara gosta de filmes pastelão, mas aqui ele exagerou demais ultrapassando a tênue linha entre o cult e o tosco.

Um Jantar para Idiotas deveria ser chamado Um Filme para Idiotas, pois com certeza, eles são o público alvo.


segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Deixe-me Entrar (Let Me In)



Owen (Kodi Smit-McPhee de A Estrada) é um garoto de 12 anos que sofre de bullying na escola, é ignorado pelos pais que estão se divorciando e vive sozinho.Quando uma nova vizinha aparece, Abby (Chloe Moretz de 500 Dias com Ela), uma garota da mesma idade que na verdade é uma vampira, ela se torna sua única e grande amiga  que  o apoia a se defender contra os meninos da escola, o problema é que Matt não sabe se vai conseguir sustentar a amizade com alguém como ela.

Essa é a versão americana do aclamado longa sueco Deixe Ela Entrar, a história é bem diferenre das histórias de vampiros que estamos acostumados, muito profunda e até assustadora, ficamos com a mesma dúvida do jovem Owen, como é possível perdoar ou conviver com uma pessoa boa, mas que tem que matar pessoas para sobreviver? Infelizmente depois da metade do filme, ele vai perdendo o ritmo e tem um final um pouco decepcionante.

O Filme é dirigido por Matt Reeves, co criador da série Felicity e diretor de Cloverfield – O Monstro. É incrível como Matt consegue fazer cenas de ação em que coloca o espectador como se tivesse dentro da cena, a visao que temos é a mesma do personagem, Cloverfield é cheio delas e aqui ele nos proporciona mais uma vez na filmagem de um acidente de carro.

Deixe-me Entrar poderia ser melhor, mas a premissa diferente já vale a experiência.



domingo, 23 de janeiro de 2011

Juntos Pelo Acaso (Life As We Know It)



Holly (Katherine Heigl de Ligeiramente Grávidos) e Eric (Josh Duhamel de Transformers) tiveram um primeiro encontro desastroso, armado pelos seus melhores amigos, o casal Peter e Alisson. Quando o casal morre em um acidente, eles descobrem que são os responsáveis por Sophie, a filha deles de um ano, de quem são padrinhos. Apesar de não gostarem um do outro, eles vão tentar criar o bebê juntos e enfrentar todas as radicais mudanças em suas vidas.

À primeira vista pode parecer mais uma comédia romântica, mas a história é apaixonante, o bebê cativante e o casal principal, Holly e Eric, têm uma química maravailhosa. Katherine Heigl é simplesmete perfeita nesse tipo de papel, ela é tão natural e tão engraçada que posso dizer sem medo que ela é a Julia Roberts dessa década. Josh também está muito bem no papel do bonitão solteiro que não quer compromisso.

Essa é segunda vez que o roterista Greg Berlanti, que escreveu séries como Brothers And Sisters, Dawson’s Creek e o inédito longa Lanterna Verde, atua como diretor. Drama familiares com um toque maior ou menor de comédia é a sua praia e conseguiu aqui fazer uma obra original e muito gostosa de assistir.

Juntos Pelo Acaso é aquele tipo de filme que nos apaixonamos facilmente.