segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Vencedor (The Fighter)



Essa é a verdadeira história da trajetória do boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg de Fim dos Tempos) e do seu problemático irmão Dicky Eklund (Christian Bale de Batman - O Cavaleiro das Trevas), que o ajudou a se tornar um lutador de boxe profissional nos anos 80.

Filme sensacional sobre a incrível superação de dois irmãos com nada em comum, a não ser a paixão pelo boxe. Não acreditava que um longa com esse tema teria algo de especial depois de Rocky e Touro Indomável, mas a história é tão tocante e inacreditável que fica difícil não falar que é um dos meus preferidos de 2011. Os atores aqui são maiores que a própria obra entregando atuações inspiradoras. Christian Bale, que está irreconhecível, se torna Dicky de uma maneira tão avassaladora e assustadora que posso falar que o Oscar já é seu. Outra que já tem sua estatueta garantida é Melissa Leo (de Rio Congelado) que faz a mãe dos irmãos, Alice, uma mulher controladora e egoísta que é visceral nas suas falas e gestos. A doce e delicada Amy Adams (de Encantada) faz a namorada boca suja de Micky, Charlene, tão perfeita, que esquecemos os outros trabalhos da atriz. Até Mark (produtor do filme), que particularmente acho muito canastrão, demonstra um Mick sincero, sem clichês.

Dirigido por David O. Russel que fez os ótimos Três Reis e Huckabees - A Vida é uma Comédia (ambos com Mark), o longa é perfeito tecnicamente e ficamos em pé nas cenas de luta torcendo por Mick, tamanha a perfeição das tomadas e os cortes certeiros.  A obra está concorrendo a 7 Oscars esse ano, inclusive  de melhor filme.

Acho que a grande sacada de O Vencedor é que ao longo da história, mudamos nossa percepção do que é certo ou errado, paramos de julgar as pessoas e percebemos que a única luta impossível de ganhar é aquela contra as pessoas que amamos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Desejo e Reparação (Atonement)


Quando Briony Tallis (Saoirse Ronan de Um olhar do Paraíso), uma garota de 13 ano e aspirante a escritora, vê sua irmã Cecilia Tallis (Keira Knightley de Piratas do Caribe) e Robbie (James McAvoy de O Último Rei da Escócia), filho de uma empregada da família, na fonte de casa, uma série de acontecimentos faz a garota acusar o amor de sua irmã (Robbie) de um crime que ele não cometeu e essa acusação vai mudar para o resto da vida o futuro do jovem casal e da pequena Briony.

Essa é uma obra belíssima,passada na Inglaterra de 1935, contada de um jeito muito particular, cheio de flashbacks, a trajetória do casal principal. Impossível não se emocionar com essa história simples, mas grandiosa, que mostra o quanto a mentira pode ser arrebatadora e a reparação muitas vezes impossível. O elenco é maravilhoso, Keira e James são os novos astros britânicos, sendo já aclamados pela crítica diversas vezes, a surpresa fica por conta da jovem Saoirse que interpreta Briony como uma atriz muito experiente.

O diretor é o britânico Joe Wright que dirigiu Orgulho e Preconceito e O Solista, entre outros. James faz cenas belíssimas, ver seus filmes é como ir a uma galeria e ver pinturas de arte, seus ângulos e seus closes são sofisticados e suaves. Destaque para a fotografia estupenda e a trilha sonora que inclusive ganhou o Oscar. O longa concorreu a vários Oscars em 2008, inclusive de melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan) e melhor filme.

Desejo e Reparação é um filme universal, pois aborda como a consciência humana é frágil e as conseqüências podem ser irreversíveis.

sábado, 29 de janeiro de 2011

Kick-Ass Quebrando Tudo (Kick-Ass)



Dave (Aaron Johnson de O Garoto de Liverpool) é o típico nerd da escola viciado em história em quadrinhos. Um certo dia ele decide se tornar um super-herói, mesmo não tendo nenhum poder e descobre que não é o único.

A crítica americana falou muito mal do filme, chamando de vulgar e violento. Discordo totalmente, é um filme bem diferente, com uma história muito bacana e atuações ótimas. Pense assim: se lotamos os cinemas por causa dos super- heróis conhecidos, porque não assistir uma história de um super-herói real, sem nenhuma ficção científica envolvida? Só pela idéia, a obra já vale a pena. Destaque para a participação especial de Nicolas Cage (de Adapatação), que faz o impagável Big Daddy e a pequena atriz Chloe Moretz (de Deixe-me Entrar) que dá um show de interpretação (pode ser a futura musa de Quentin Tarantino). Outra curiosidade sobre o longa é que ele é produzido por Brad Pitt.

O diretor é o ingles Matthew Vaughn (de Nem tudo é o Que Parece), mais conhecido por produzir filmes. Esse é o seu terceiro longa na direção e posso dizer que ainda vamos ouvir falar muito dele. As escolhas nada comum em seu currículo apontam um diretor audacioso e muito criativo na escolha das cenas.

Animal! Essa é a única palavra que penso ao resumir Kick-Ass - Quebrando Tudo.

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Segurando as Pontas - (Pineapple Express)



Dale (Seth Rogen de Superbad-É Hoje) é um official de justiça que passa os seus dias fumando maconha. Ele visita sempre Saul (James Franco de 127 Horas), um traficante que vende um tipo especial de maconha chamada pineapple express. Dale acaba testemunhando um assassinato cometido por um policial e foge deixando para trás o fumo especial, o problema é que esse tipo de fumo é muito raro e por casusa dele os bandidos conseguem rastrear Dale e Saul, que agora têm que fugir para salvarem suas vidas.

Com um roteiro muito engraçado e cenas de ação muito boas, esse é um filme perfeito para ver a qualquer hora. Seth e James estão hilários, mas talento é o que não falta nesse longa repleto de personagens bons como o impagável capanga Matheson (Craig Robinson de The Office) e o responsável pela cena de luta mais engraçada do cinema, que faz com Dale, Red (Danny McBride de Amor Sem Escalas). Já disse várias vezes e repito: sou muito fã de Seth, que é um artista completo, porque além de atuar, escreve e produz seus filmes. Aqui ele co-assina o roteiro.

O longa é dirigido por David Gordon Green, desconhecido diretor que não tem filmes de sucesso no currículo, esse é o seu trabalho mais conhecido.

Segurando as Pontas não muda a sua vida, mas garante boas risadas e tem o mérito de segurar o humor do começo ao fim.

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Por uma Vida Menos Ordinária (A Life Less Ordinary)



Robert (Ewan McGregor de Moulin Rouge – Amor em Vermelho) é um aspirante a escritor que trabalha como faxineiro em uma empresa. Após ser demitido e seqüestrar a filha do chefe, Celine (Cameron Diaz), ela arma um plano junto com ele para pedir uma grana alta pelo resgate e ficarem com o dinheiro. Ao mesmo tempo, dois anjos especializados em relacionamentos, O’Reilly (Holly Hunter de Aos Treze) e Jackson (Delroy Lindo de Regras da Vida) tem a missão de fazer o casal se apaixonar.

Amo esse filme, é uma história de amor muito diferente, original e com um toque de humor negro. Os atores estão ótimos, o casal principal é apaixonante e protagoniza uma cena de musical engraçadíssima. É um longa pouco conhecido pelo grande público que merece muito ser visto. Destaque para a ótima trilha sonora cheia de gente boa como Beck, REM, The Cardigans, Elvis Presley, enfim muita coisa legal.

O diretor é o atual queridinho de Hollywood Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionários e 127 Horas). Esse foi o primeiro filme que ele fez depois do imenso sucesso de Trainspotting e conseguimos ver claramente o ritmo frenético das cenas e as referências pop que o diretor sempre coloca em suas obras.

Por um cinema menos ordinário, menos previsível, embarque nessa viagem delirante.


quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Incontrolável (Unstoppable)



Um trem em altíssima velocidade, sem comando e cheio de carga tóxica está prestes a descarrilhar em uma curva perigosa sobre uma cidade populosa na Pensilvânia.  Frank (Denzel Washington), um engenheiro veterano e Will (Chris Pine de Star Trek), um condutor novato, que estão trabalhando em outro trem na mesma linha, são os únicos que podem evitar a catástrofe.
 
Incontrolável é o típico filme de ação com uma boa história. Baseado em fatos reais,é pura adrenalina, temos a mesma sensação de estar assistindo Velocidade Máxima, mas com um trem em vez de um ônibus. Os dois atores principais estão ótimos e apesar de não ser o papel de sua vida, Denzel fica muito natural nesse tipo de personagem e o carisma por Frank é imediato.
 
O longa é dirigido por Tony Scott, de Chamas da Vingança e Jogo de Espiões, entre outros. Essa é sua quarta parceria com Denzel. As cenas, os cortes e o movimento das câmeras são simplesmente perfeitos. E se Tony não faz filmes mais profundos, com certeza é um mestre na regra principal de um diretor: saber filmar com a firmeza necessária.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Um Jantar Para Idiotas (Dinner for Schmucks)



Tim (Paul Rudd de Eu Te Amo Cara) deseja uma promoção no trabalho. Em uma reunião Tim tem a oportunidade dada pelo chefe de subir de cargo, mas para isso ele tem que ir a um jantar dado exclusivamente para o alto escalão da empresa, onde cada convidado tem que levar um acompanhante muito idiota, para ser zombado durante a noite, sem que a pessoa saiba. Tim está quase desistindo de ir, quando conhece acidentalmente Barry (Steve Carell da série The Office), um sujeito que é o convidado perfeito.

Essa é a versão americana da elogiada comédia francesa Le Dîner de Cons de 1998. Bem, não vi a versão original, mas posso dizer com absoluta certeza que esse é um dos piores filmes que já assisti. A história é ridícula e patética, tive que segurar para não desligar a TV umas dez vezes. É inacreditável que Steve e Paul se sujeitaram a fazer um longa desses, sem nenhuma graça, com atuações vergonhosas e roteiro medíocre. Tem uma hora que é quase possível perceber que os atores estão sem graça de dizer suas falas. Ok, você ri um pouquinho quando aparece Therman (Zach Galifianakis de Se Beber Não Case) que faz o chefe de Barry e com o artista plástico Kieran, que está muito bom, mas o resto é sem comentários. Hermes e Renato parece profissional perto da tosqueira que é a obra.

O filme é dirigido pelo ótimo Jay Roach, que dirigiu as duas primeiras seqüências de Entrando Numa Fria e a franquia de Austin Powers - O Agente Bond’ Cama.  Deu para perceber que o cara gosta de filmes pastelão, mas aqui ele exagerou demais ultrapassando a tênue linha entre o cult e o tosco.

Um Jantar para Idiotas deveria ser chamado Um Filme para Idiotas, pois com certeza, eles são o público alvo.