sábado, 5 de fevereiro de 2011

O Casamento de Rachel (Rachel Getting Married)


Kym (Anne Hathaway de Amor e Outras Drogas) é uma jovem que saiu há poucos dias de uma clínica de reabilitação e volta para sua cidade natal depois de vários anos para o casamento da sua irmã Rachel (Rosemarie DeWitt de A Luta pela Esperança). Enquanto as duas irmãs têm que lidar com suas diferenças e uma mãe egoísta, Abby (Debra Winger de Laços de Ternura), o casamento precisa ser preparado no meio de vários sentimentos confusos.
Amo esse filme, tem uma história linda e comovente, que mostra que como os pilares de uma família se desestrutura quando falamos de filhos. A família em si, é tão carismática e a mensagem tão tocante que nos envolvemos nessa obra pequena e profunda sobra os sentimentos que nos permeiam em relação familiares. Timaço de atores compõem o elenco e particularmente, só comecei a gostar de Anne, depois desse papel, que considero o melhor de sua carreira até agora.
O longa é dirigido pelo gênio, meu ídolo, o grande Jonathan Demme. Ele ficou mais conhecido no início dos anos 90, quando fez sua contribuição cinematgráfica mais importante, dirigiu De Caso com a Máfia, O Silêncio dos Inocentes e Filadélfia. Com esse três não preciso dizer mais nada sobre o conhecimento e maestria do diretor.
O Casamento de Rachel é uma bela obra sobre o assunto família, drogas e culpa e ao acabar ficamos com um sentimento de otimismo, o que sempre é bom.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Domésticas - O Filme



A história de cinco domésticas que trabalham em São Paulo, Roxane, Raimunda, Créo, Cida e Quitéria sobre a incrível ótica do cotidiano delas mesmas. Seus sonhos, amores, valores, tudo é compartilhado, assim como a relação entre elas.
Filme maravilhoso, com pinta de documentário, pouco conhecido do grande público que conta de modo muito interessante a vida dessas mulheres, que muito de nós convivemos dia e dia, e não imaginamos ou não nos interessamos. Engraçadíssimo, inteligentíssimo e com um elenco afiadíssimo é delirio puro a vida dessas “colegas”.
Dirigido por Fernando Meirelles (de O Jardineiro Fiel), antes de ele se tornar famoso mundialmente por Cidade de Deus, aqui Fernando já entrega dicas de uma edição primorosa e uma queda por personagens marginalizados, embora ele já tenha se desvencilhado do tema.
Domésticas - O Filme é filme de comédia de primeira categoria, para ser apreciado a qualquer hora, afinal humor inteligente, é difícil, mas ainda habita o cinema brasileiro.

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

O Amor e Outras Drogas (Love and Others Drugs)



Jamie (Jake Gyllenhaal  de O Segredo de Brokeback Mountain) é um cara conquistador, que não quer compromisso e usa todo o seu charme como um propagandista farmacêutico de uma grande empresa, quando conhece Maggie (Anne Hathaway de O Diabo Veste Prada), uma garota liberal que também não quer relacionamentos sérios, começam uma relação baseada apenas em sexo, mas descobrem que a sintonia entre eles vai muito mais além disso.

Esse é um filme interessante, porque aborda um assunto sério como a prescrição de remédios e a guerra da indústria farmacêutica com uma história de amor como tema central. Sinceramente, o longa tem umas sacadas boas, mas cai no clichê muitas vezes e me decepcionei um pouco. Toca até de maneira muito emocionante sobre o mal de Parkinson, mas é só. Jake e Anne estão ótimos e mostram coragem a fazer cenas de nudez a maior parte do longa, mas a química dos dois não encanta, e para segurar o filme, essa seria a principal função de quem escalou o elenco, apesar de serem atores disputadíssimos em Hollywood, não funcionou.

Dirigido pelo experiente Edward Zwick que fez os ótimos Diamantes de Sangue e Nova York Sitiada, o maior êxito dele foi conseguir mostrar os atores despidos sem parecer vulgar, a impressão é que mostra todo o corpo dos atores, mas na verdade são pequenas nuances que confunde nossos olhos.

Ficou aquela sensação de não gostei, mas queria ter gostado no final de O Amor e Outras Drogas, veja você e descubra.

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças (Eternal Sunshine of the Spotless Mind)



Joel (Jim Carrey) e Clementine (Kate Winslet de Titanic) são um casal, que depois da separação, apagam  todas as lembraças que tinham um do outro para não sofrerem, só que durante o processo Joel se arrepende e conta com Clementine e seu subconsciente para não esquecer dela.

A história de amor mais fantástica dos últimos tempos. O roteiro é tão original e engraçado que nos envolve o tempo todo e nos faz pensar se teríamos coragem de fazer o mesmo depois de uma decepção amorosa. Jim e Kate estão muito bem nos papéis que foi um divisor de águas na carreira de ambos. O elenco ainda conta com a participação de vários atores maravilhosos como Elijah Wood (de O Senhor dos Anéis), Mark Ruffalo (de Ensaio sobre a Cegueira), Kirsten Dunst (de Homem-Aranha) e o sempre impecável Tom Wilkinson (de Shakespeare Apeixonado). A trilha sonora é linda e vale conferir.

Quem dirige é provavelmente o diretor mais gênio dos efeitos visuais (entendam, visuais e não especiais), o francês Michel Gondry. Michel tem no currículo nada mais que os videoclips de Bjork, The White Stripes, Rolling Stones, Foo Fighters, entre outros. Lembre do melhor clipe de cada um desses artistas, pode ter certeza: é de Gondry. O mais fascinante é que todo o seu trabalho não é fruto de muito dinheiro, o cara faz tudo com baixo orçamento e transforma uma coisa simples em majestosa assim como esse longa.

Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças é revolucionário em todos os sentidos. Filme Obrigatório.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Um Crime de Mestre (Fracture)



Willy (Ryan Gosling de Diário de uma Paixão) é um jovem promotor público de sucesso que não perde um caso há muito tempo. Antes de partir para uma grande firma de advocacia, Willy tem um último trabalho como promotor, o caso do engenheiro Ted (Anthony Hopkins de O Silêncio dos Inocentes), que matou sua mulher após descobrir que estava sendo traído e assinou sua confissão. O que parecia um caso muito fácil, se torna um pesadelo para Willy, quando Ted percebe que a sua maior fraqueza é a vontade de ganhar, montando um labirinto genial para não ser condenado.

Essa é uma história de tribunal muito inteligente e rica em todos os detalhes. É o tipo de longa que não nos deixa piscar nenhum momento e passamos a ser parceiros de Willy para conseguir entender o que está acontecendo. Ryan está se mostrando um excelente ator e Sir Anthony Hopkins dispensa qualquer tipo de comentário, poderia fazer até  comercial de refrigerante, que seria estupendo.

O filme é dirigido por Gregory Hoblit, que dirigiu também o ótimo As Duas Faces de um Crime e mostra que é especialista em obras inteligentes de tribunal.

Um Crime de Mestre é um quebra-cabeça, onde juntamos as peças sem saber o resultado.

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O Vencedor (The Fighter)



Essa é a verdadeira história da trajetória do boxeador Micky Ward (Mark Wahlberg de Fim dos Tempos) e do seu problemático irmão Dicky Eklund (Christian Bale de Batman - O Cavaleiro das Trevas), que o ajudou a se tornar um lutador de boxe profissional nos anos 80.

Filme sensacional sobre a incrível superação de dois irmãos com nada em comum, a não ser a paixão pelo boxe. Não acreditava que um longa com esse tema teria algo de especial depois de Rocky e Touro Indomável, mas a história é tão tocante e inacreditável que fica difícil não falar que é um dos meus preferidos de 2011. Os atores aqui são maiores que a própria obra entregando atuações inspiradoras. Christian Bale, que está irreconhecível, se torna Dicky de uma maneira tão avassaladora e assustadora que posso falar que o Oscar já é seu. Outra que já tem sua estatueta garantida é Melissa Leo (de Rio Congelado) que faz a mãe dos irmãos, Alice, uma mulher controladora e egoísta que é visceral nas suas falas e gestos. A doce e delicada Amy Adams (de Encantada) faz a namorada boca suja de Micky, Charlene, tão perfeita, que esquecemos os outros trabalhos da atriz. Até Mark (produtor do filme), que particularmente acho muito canastrão, demonstra um Mick sincero, sem clichês.

Dirigido por David O. Russel que fez os ótimos Três Reis e Huckabees - A Vida é uma Comédia (ambos com Mark), o longa é perfeito tecnicamente e ficamos em pé nas cenas de luta torcendo por Mick, tamanha a perfeição das tomadas e os cortes certeiros.  A obra está concorrendo a 7 Oscars esse ano, inclusive  de melhor filme.

Acho que a grande sacada de O Vencedor é que ao longo da história, mudamos nossa percepção do que é certo ou errado, paramos de julgar as pessoas e percebemos que a única luta impossível de ganhar é aquela contra as pessoas que amamos.

domingo, 30 de janeiro de 2011

Desejo e Reparação (Atonement)


Quando Briony Tallis (Saoirse Ronan de Um olhar do Paraíso), uma garota de 13 ano e aspirante a escritora, vê sua irmã Cecilia Tallis (Keira Knightley de Piratas do Caribe) e Robbie (James McAvoy de O Último Rei da Escócia), filho de uma empregada da família, na fonte de casa, uma série de acontecimentos faz a garota acusar o amor de sua irmã (Robbie) de um crime que ele não cometeu e essa acusação vai mudar para o resto da vida o futuro do jovem casal e da pequena Briony.

Essa é uma obra belíssima,passada na Inglaterra de 1935, contada de um jeito muito particular, cheio de flashbacks, a trajetória do casal principal. Impossível não se emocionar com essa história simples, mas grandiosa, que mostra o quanto a mentira pode ser arrebatadora e a reparação muitas vezes impossível. O elenco é maravilhoso, Keira e James são os novos astros britânicos, sendo já aclamados pela crítica diversas vezes, a surpresa fica por conta da jovem Saoirse que interpreta Briony como uma atriz muito experiente.

O diretor é o britânico Joe Wright que dirigiu Orgulho e Preconceito e O Solista, entre outros. James faz cenas belíssimas, ver seus filmes é como ir a uma galeria e ver pinturas de arte, seus ângulos e seus closes são sofisticados e suaves. Destaque para a fotografia estupenda e a trilha sonora que inclusive ganhou o Oscar. O longa concorreu a vários Oscars em 2008, inclusive de melhor atriz coadjuvante (Saoirse Ronan) e melhor filme.

Desejo e Reparação é um filme universal, pois aborda como a consciência humana é frágil e as conseqüências podem ser irreversíveis.