quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Amor à Toda Prova (Crazy, Stupid, Love)




Cal (Steve Carell de O Virgem de 40 Anos) é um homem casado há 25 anos, que enfrenta uma crise de meia idade quando sua mulher Emily (Julianne Moore de Ensaio Sobre a Cegueira) resolve pedir o divórcio. Totalmente deslocado e tentando reconstruir sua vida, ele começa a ser cliente diário de um bar badalado de Los Angeles e tudo o que consegue é expor a sua vida para desconhecidos e se humilhar ainda mais. Quando ele conhece Jacob (Ryan Gosling de Namorados Para Sempre), um jovem freqüentador do bar que consegue conquistar qualquer garota que passa pela sua frente, Cal vai tentar recuperar a sua masculinidade com a ajuda dele.

Todo ano tem pelo menos uma comédia romântica que consegue escapar do óbvio e se tornar alguma coisa a mais. O ano de 2011 é de Amor a Toda Prova, com certeza. Engraçadíssimo e apaixonante, o roteiro consegue pouco a pouco reconstruir a história desse casal em crise com cenas doces, sinceras e personagens bem interessantes que vão interferindo em toda a história, do melhor jeito possível.

O elenco principal é afinadíssimo e conta com muita gente boa como a nova estrela americana Emma Stone (de Zombieland) que vai ser vista como a mocinha do novo Homem-Aranha. Temos uma participação especial e engraçadíssima de Marisa Tomei (de O Lutador), grande atriz que muitas vezes é esquecida por Hollywood. O iniciante Jonah Bobo, que faz o filho adolescente de Cal e Emily é brilhante e praticamente rouba todas as cenas em que aparece. Steve e Julianne dispensam qualquer comentário e se Emma Stone é a garota da vez, Ryan Gosling é o cara da vez em Hollywood, só em 2012 vamos ver Ryan em várias produções estreladíssimas como os novíssimos Tudo Pelo Poder, Drive e Gangster Squad. E por último, porém não esquecido, temos Kevin Bacon (do eterno Footloose) que faz uma ponta bem interessante.

A obra é dirigida por Glenn Ficarra e John Requa, que também fizeram juntos o ótimo O Golpista do Ano. Os diretores mostram que fazer rir é a história que mais gostam de contar e são competentes nisso.

Amor à Toda Prova mostra que crises nem sempre são algo ruim e nos enche de otimismo, algo valioso nos dias de hoje.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Histórias Cruzadas (The Help)




Durante os anos 60, Skeeter (Emma Stone de Superbad- É Hoje), uma jovem aspirante à escritora, começa a trabalhar no jornal local da cidade de Jackson, no Mississippi. Ela tem como função escrever uma coluna respondendo as leitoras sobre dúvidas de donas de casa, como não sabe nada sobre o assunto, Skeeter pede ajuda para as empregadas de suas amigas. Uma das empregadas em particular, Aibileen (Viola Davis de Dúvida), chama a atenção de Skeeter e a partir daí ela resolve escrever um livro sobre a realidade dessas empregadas que passam a vida criando os filhos de suas patroas brancas, em uma época onde o racismo imperava no estado.

Quando Vidas Cruzadas começa, não sabemos direito o que está por vir, porém, em uma das primeiras cenas, uma das mais doces já feitas, o longa já começa nos dizer que sua intenção é nos emocionar e ele consegue. Com um roteiro bem amarrado e interpretações magníficas, esse filme promete ser um dos melhores de 2011. Emma Stone, que faz a protagonista, acerta em cheio nesse papel e vamos ouvir muito dela em 2012, ela está em nada menos que  em duas superproduções, incluindo o novo Homem-Aranha. As empregadas Aibileen e Minny vividas por Viola Davis e Octavia Spencer (de Sete Vidas) respectivamente, são um show à parte, promovendo os melhores momentos do longa. O elenco ainda conta com Bryce Dallas Howard (de A Vila) que faz a preconceituosa Hilly, Jessica Chastain (de A Árvore da Vida) que faz a doce Celia e a grande Sissy Spacek (de Carrie, a Estranha, a própria) que faz a Sra. Walters, mãe de Hilly.

A direção é do novato Tate Taylor, que ficou conhecido no circuito independente do cinema americano com o cult Pretty Ugly People. Tate também assina esse roteiro que é uma adaptação do livro de Kathryn Stockett.

Vidas cruzadas é a melhor surpresa de 2011 até esse momento. Simplesmente imperdível.



domingo, 8 de janeiro de 2012

50‰ (50/50)



Adam (Joseph Gordon Levitt de A Origem) é um escritor de programas de rádio com 27 anos que é diagnosticado com um tipo raro de câncer na coluna. Com a ajuda de seu melhor amigo Kyle (Seth Rogen de O Besouro Verde), sua mãe Diane (Anjelica Huston de A Família Adams) e sua terapeuta Katherine (Anna Kendrick de Amor Sem Escalas), Adam tenta vencer a doença.

Inspirado em uma história real, o longa emociona e surpreende por tratar de um assunto tão delicado de forma sincera e hilária. Obviamente câncer e comédia não parecem combinar de jeito nenhum, porém aqui é possível rir sem sentir culpa e chorar logo depois, afinal a vida é exatamente assim, contraditória.

Sou suspeita para falar do elenco, pois amo cada um deles de uma forma especial. Joseph Gondon Levit, para quem não se lembra, fazia a maravilhosa série cômica 30 Rock From The Sun dos anos 90 e desde a minha adolescência sou fã incondicional dele. Depois de muito tempo ele está tendo a atenção que merece e veremos ele no terceiro filme da trilogia Batman Begins em um papel de destaque. Seth Rogen é o cara mais politicamente incorreto depois de Crhis Rock e Rafinha Bastos, respectivamente, e é impossível não rir de cada fala estúpida e grosseira que sai da sua boca. Ainda temos a grande dama do cinema Angélica Huston, tenho fascínio por ela desde criança e a única explicação para não estrelar mais filmes é a falta de interesse da indústria por atrizes que passaram dos 40 anos. Anna Kendrick ainda é um pouco desconhecida, mas coleciona discretos e bons papéis, aposto que ela vai ganhar um Oscar em breve. Por último temos a participação de Bryce Dallas Howard (de A Villa e filha, pasmem, do grande diretor Ron Howard) que faz a namorada desnaturada de Adam.

O filme é dirigido pelo desconhecido Jonathan Levine, que só por conseguir fazer um filme tão simples e especial, já merece atenção redobrada.

50‰ mostra que quando temos a mesma probabilidade de vencer ou perder, o que nos resta é apostar.


quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Super 8



Em 1979, durante o verão, um grupo de amigos resolvem fazer um filme e durante a gravação de uma cena, eles testemunham um enorme acidente de trem. Nos dias seguintes à catastrofe, o desaparecimento de pessoas da cidade e estranhos acontecimentos, mostra que algo terrível está por vir.

Super 8 é um daqueles de filme de ação/aventura que lembram a infância de todos aqueles nascidos no começo dos anos 80 ou próximo disso. As cenas de ação são ótimas e o clima de suspense é mantido do começo ao fim, porém a história é simples e não apresenta nenhuma novidade. O que mais chama atenção é o elenco mirim (protagonistas do filme), que realmente levanta a moral do longa, com atuações convicentes e carisma de sobra. Destaque para Elle Fanning (de Um Lugar Qualquer), que apesar da pouca idade parece ter anos –luz de profissão.

O diretor e roteirista é J.J. Abrams, que tem um currículo invejável recheado de obras-primas de ação como a série LOST e o último Missão Impossível. Talvez a característica mais forte de Abrams, e também o seu maior êxito, é conseguir demonstrar as emoções e histórias pessoais de seus personagens no meio do caos das cenas de ação. O produtor do filme é ninguém menos que Steven Spielberg e parece que ele mesmo dirigiu e escreveu o filme, afinal de contas quando pensamos em elenco infantil de primeira e seres de outro planeta é impossível não lembrar de E.T e Os Goonies, clássicos dos clássicos.

Super 8 é nostalgia total para adultos e magia pura para crianças.