terça-feira, 12 de julho de 2011

Meia-Noite em Paris (Midnight in Paris)


Gil (Owen Wilson de Marley e Eu) é um roterista de Hollywood insatisfeito com a profissão, que está trabalhando em um romance. À passeio em Paris com sua noiva Inez (Rachel McAdams de Uma Manhã Gloriosa), uma mulher de personalidade duvidosa e infantil, Gil retoma a vontade  de morar na cidade luz. Uma certa noite, caminhando sozinho pelas ruas de Paris, Gil entra em um carro antigo e sua vida, certamente, não será a mesma.

Com certeza a comédia mais deliciosa do ano. Com um roteiro simples e muito divertido, é impossível não amar esse longa cheio de referências sobre as artes, a literatura e o cinema. Esse, definitivamente, é um dos filmes mais comerciais de Woody Allen, e digo isso na melhor das intenções. É muito bom saber que Woody ainda tem frescor e consegue se reinventar depois de tantos anos.

O elenco é impecável. Como não criar simpatia pelo humilde Gil, que Owen faz com tanto talento. Rachel MacAdam é deslumbrante em todas as cenas e adoro como ela consegue transitar entre as mocinhas e as vilãs com a mesma intensidade nos seus personagens. O filme ainda conta com Michael Sheen (de Frosty/ Nixon), Marion Cotillard (de A Origem) e  Adrien Brody (de O Pianista), entre outros.

Woody Allen (de Vicky Cristina Barcelona, Match Point - Ponto Final) escreve e dirige essa obra, que lembra um pouco o começo de sua carreira, com uma trama mais simples e menos pretensiosa. É incrível como ele filma Paris, cada cena é pura poesia.

Meia- Noite em Paris aproxima todo o tipo de público em um só e se tratando de Woody Allen, é uma façanha e tanto.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Um Lugar Qualquer ( Somewhere)


Johnny Marco ( Stephen Dorff de Inimigos Públicos) é um típico astro de Hollywood, que enfrenta uma crise existencial. Em meio ao vazio que é a sua vida, ele tem a oportunidade de passar alguns dias com sua única filha Cleo (Elle Fanning de O Curioso Caso de Benjamin Button), uma garota de onze anos, a quem não vê com frequência.

Esse longa ganhou no ano passado o Leão de Ouro no Festival de Veneza, o prêmio máximo do festival, em meio à muita polêmica. A maioria dos críticos não concordaram com o júri oficial. Realmente concordo com os críticos, mas nem por isso deixa de ser um filme belíssimo.

O relacionamento pai-filha tem a profundidade certa e é tratado de forma tão natural e verdadeira que quase parece uma obra autobiográfica, afinal a diretora Sofia Coppola é filha do lendário diretor Francis Ford Coppola ( da trilogia O Poderoso Chefão) e conhece bem o que é ser filha de uma celebridade, no caso de Francis, um mito.

Stephen Dorff é um ator antigo, e apesar de já ter feito vários filmes, sua participação mais lembrada pelo público é no clipe clássico do Aerosmith, da música Crying (lembra dele com a Alicia Silverstone?). Esse é o melhor papel de sua carreira e ele faz perfeitamente, sem exageros. Elle Fanning, que é a irmã caçula da atriz Dakota Fanning (de Guerra dos Mundos) é uma surpresa à parte, com uma interpretação realista, ela é um dos protagonistas do ainda inédito no Brasil, Super-8, filme que está recebendo boas críticas de jornais e públicos americanos.

O filme é quase todo rodado no famoso Hotel Chateau Marmont localizado na Sunset Boulevard em Hollywood. O hotel sempre foi e é até hoje frequentado por vários artistas do cinema e da música, só para citar alguns: Keanu Reeves morou por vários anos em uma de suas suítes, James Dean, Jim Morrison do The Doors, Red Hot Chilli Peppers, Robert De Niro e muitos outros. A importância do hotel é tão grande que ele é, sem dúvida, o terceiro protagonista do longa. E para completar, a trilha sonora é a cereja do bolo, vale a pena incluir na sua playlist.

Escrito e dirigido por Sofia Coppola (de Encontros e Desencontros, Maria Antonieta), o longa impressiona pela capacidade que Sofia tem em contar histórias sem precisar de diálogos. A sua sensibilidade por trás das câmeras é rara, ela tem uma marca própria e escreveu a sua própria trajetória, apesar de ser filha de quem é.

Um Lugar qualquer  é uma obra simples, que nos faz entender a mágica do cinema em seus primórdios, imagens que valem mais que palavras.

terça-feira, 5 de julho de 2011

X-Men: Primeira Classe (X-Men: First Class)


O filme conta a origem dos X-Men, focando na história de Charles Xavier (James McAvoy de O Último Rei da Escócia) e Erik Lehnsherr (Michael Fassbender de Bastardos Inglórios), que depois se tornariam Professor X e Magneto respectivamente. Além da formação da escola para jovens mutantes, a história foca a amizade de Charles e Erik e o que levou a separação dos dois.

Esse longa me fez ter certeza do que eu já duvidava: as histórias em quadrinhos dos heróis são tão interessantes e bem escritas, que a tarefa de passar para as tela grandes se torna um  caminho fácil para agradar o público. Até hoje não foi feita uma versão dos X-Men para os cinemas que tenha sido ruim. O que fascina nessa versão, é que vemos aqui uma obra muito mais dramática e política, do que um simples filme de ação e o espectador consegue criar simpatia pelos futuros vilões, por conhecer a sua origem.

O elenco conta com atores de primeiro escalão como o talentoso James McAvoy, a jovem desconhecida indicada ao Oscar de melhor atriz nesse ano  por Inverno da Alma, Jennifer Lawrence (que faz a Mística) e até o  grande ator, que na minha opnião, é o menos reconhecido por Hollywood, Kevin Bacon (de Sobre Meninos e Lobos) que interpreta o vilão Sebastian Shaw.

O diretor é o britânico Matthew Vaughn dos ótimo Kick Ass - Quebrando Tudo e Nem Tudo é o Que Parece (comentados aqui no blog anteriormente). Matthew passa muito bem a inquietude dos personagens em cada cena, com sequências de ação muito boas.

X-Men: Primeira Classe é um deleite para os fãs e para aqueles que ainda não são, uma chance de conquistá-los.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Harry & Sally - Feitos um Para o Outro (When Harry Met Sally)


Harry (Billy Crystal de Máfia no Divã) e Sally (Meg Ryan de Cidade dos Anjos) se encontram  quando ela lhe dá uma carona para Nova York após os dois se formarem na Universidade de Chicago. Os anos se passam e eles se encontram várias outras vezes dividindo suas frustrações com a vida afetiva e tornando-se grandes amigos. 

Já nos dois primeiros minutos do filme conseguimos prever o final, mas não é o caso de ele ser uma cópia de tantos outros longas parecidos. As comédias de hoje é que se baseiam o tempo todo nele, afinal esse é  um dos maiores clássicos das comédias românticas de todos os tempos. Com diálogos rápidos, inteligentes e a cena de orgasmo mais famosa do cinema feita por Meg Ryan, não há dúvidas quanto a importância do longa. O elenco é  maravihoso, foi essa obra que deu o título à Meg de queridinha da América e catapultou Billy como o maior comediante de Hollywood. Temos ainda Carrie Fisher (a princesa Lea de Star Wars) e Bruno Kirby (de O Poderoso Chefão II) como bons coadjuvantes interpretando os  melhores amigos de Sally e Harry.

Dirigido pelo eclético e talentoso Rob Reiner (de Conta Comigo e Questão de Honra, só para citar alguns) e escrito pela roterista Nora Ephron (Sintonia de Amor e Julie e Julia), o longa é um jogo perfeito entre cenas e personagens.

Obrigatório e apaixonante, Harry e Sally - Feitos um Para o outro, apesar de ter sido lançado em 1989, reproduz de modo atual o comportamento de toda uma geração, incluindo a nossa.